Tráfico de mulheres para exploração sexual é discutido na cidade
- balancocri
- 15 de nov. de 2009
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Tráfico de mulheres para exploração sexual é discutido na cidade - Foto: Silvio Siqueira/PMG
Goiás é o Estado que fornece o maior contingente de vítimas do tráfico de mulheres para exploração sexual, já o Maranhão fornece o maior número de pessoas para o trabalho escravo. O Aeroporto Internacional de Guarulhos é rota dos aliciadores desses crimes. A informação é dos representantes da Asbrad (Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude) e da Organização Internacional do Trabalho, que participaram nesta terça-feira, dia 15, do Seminário Nacional sobre Tráfico de Mulheres com vistas à Exploração Sexual, no Paço Municipal.
Mulheres e transexuais brasileiros foram para a Europa, principalmente para Espanha e Portugal, atraídos por falsas propostas de casamento pela internet, ou convites de emprego. Nestes países foram sujeitos à ameaça, o uso de força, coação, rapto e fraude. Agora estão retornando e são atendidos no Aeroporto Internacional, pela Asbrad.
Segundo a coordenadora da Coordenadoria da Mulher, Hedy Maselli, o seminário faz parte dos trabalhos desenvolvidos pela Unidade Temática de Gênero e Município (UTGM), da rede Mercocidades. Guarulhos é uma das subcoordenadoras, juntamente com a cidade de Maldonado. As propostas de combate a esses crimes levantadas no evento serão encaminhadas para Morón (Argentina), cidade coordenadora da UTGM, e posteriormente serão discutidas em reunião do Mercocidades, prevista para abril.
O prefeito Sebastião Almeida, disse que essas atividades são necessárias, pois é através do debate que surgem propostas de ações de combate a esses crimes. “Guarulhos tem discutido esses temas. Nós já temos uma política nacional de enfrentamento do tráfico de pessoas. Mas os municípios e os Estados precisam ser envolver, e urgentemente”, concluiu.
Anália Belisa Ribeiro, psicóloga e especialista em direitos humanos e coordenadora do Núcleo de Enfretamento ao Tráfico de Pessoas, disse que muitas ações já foram realizadas, mas é necessário mais políticas públicas como a criação de um Sistema Nacional de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Seres Humanos, com ações integradas entre Governo Federal, Estados e Municípios, como prevê o Projeto de Lei 2.845/03.
A lei tramita há seis anos no Congresso Nacional e precisa ser aprovada. No final do seminário foi assinada uma moção de repúdio pela demora na aprovação da lei, que será encaminhado ao legislativo pela deputada federal Janete Pietá (PT).
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