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2000-2008

   O ponto de partida para a inserção internacional de Guarulhos, a partir de janeiro de 2001, foi a sua participação na Rede FAL (Fórum de Autoridades Locais para Inclusão Social e Democracia Participativa), reunião de prefeitos que ocorria anualmente em Porto Alegre, durante os Fóruns Sociais Mundiais.

   Foi a partir do FAL que um movimento municipalista internacional, com maior participação de cidades sul-americanas, africanas e europeias, começou a se posicionar como relevante nas grandes discussões internacionais da ocasião (que eram até então monopolizadas pelas grandes rodadas de liberalização comercial entre os países e blocos econômicos). Esse movimento das cidades que partiu do FAL sempre visava fortalecer a discussão de temas urbanos de maior impacto na vida dos cidadãos, enfatizando a inclusão social e mecanismos de participação direta cidadã.

   Após o FAL, foram criados outros espaços de articulação entre cidades com a participação decisiva de Guarulhos, como o próprio Fórum de Autoridades Locais Periféricas (FALP), para discutir os impactos negativos em grandes regiões metropolitanas e posteriormente o Fórum de Autoridades Locais da Amazônia (FALA), que discutia questões ambientais locais (e globais).

   Nessa ocasião, Guarulhos coordenava a chamada “antena Sul” do FALP, trabalhando os temas de inclusão social e democracia participativa. Um dos produtos mais importantes foi a Carta de Direitos Humanos das Cidades, que estabelecia o compromisso em trabalhar e fortalecer as políticas de direitos humanos nas cidades do mundo.

   A partir desse processo, Guarulhos teve participação na unificação das grandes organizações mundiais que existiam na época: a Federação Mundial de Cidades Unidas (FMCU), a rede Metropolis (Associação Mundial das Grandes Metrópoles) e a União Internacional de Autoridades Locais (IULA) - com a criação da então chamada “ONU das cidades”, que veio a ser a Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU). A CGLU se apresentava como voz una das cidades para o diálogo com a ONU (que então discutia a sua reforma, para abarcar novos atores, como as cidades), os fundos de financiamento e outras organizações internacionais.

   Na CGLU, além de participar do processo da unificação das redes de cidades sul-americanas que seriam representadas na CGLU a nível mundial, Guarulhos propôs (junto com Barcelona), a formação de uma de suas comissões: a Comissão de Inclusão Social, Democracia Participativa e Direitos Humanos (CISDP) – a qual presidiu, representando a Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Posteriormente, como representante da CISDP, fez parte do bureau executivo da CGLU, espaço que reunia as 80 cidades mais importantes do mundo. Ademais, também na CGLU, Guarulhos auxiliou na formação de um grupo de cidades periféricas que dá importância às associações continentais (a Comissão de Cidades Periféricas) e na criação do Conselho Executivo dessa instituição.

   Além da participação no FAL, FALP e CGLU, no começo dos anos 2000, Guarulhos começou a participar, pela primeira vez, da rede Mercocidades, espaço onde a cidade se destacaria posteriormente. Em sua primeira participação, em 2001, a cidade foi representada por Marcelo Chueiri, então economista da Agência de Desenvolvimento Econômico de Guarulhos/AGENDE, em atividade sobre Desenvolvimento Econômico nas cidades do Mercosul. Até 2005, teve participação mais forte nesse setor, trabalhando as políticas de desenvolvimento econômica e tecnologia, principalmente com a cidade de São Carlos.

   Outra iniciativa destacável no período, é a formação de uma das primeiras organizações de cidades temáticas sul-americanas: a Associação de Cidades Aeroportuárias da América Latina (ALMA), em conjunto com a cidade de Pudahuel (Chile), para discutir políticas públicas municipais relacionadas a aeroportos, tanto para a questão do desenvolvimento econômico, quanto com relação ao desenvolvimento urbano.

   Fruto dessa consistente política de projeção internacional, Guarulhos assumiu em 2005, com o prefeito Elói Pietá (2001-2008), a Vice-Presidência de Relações Internacionais da Frente Nacional de Prefeitos, representando também as cidades brasileiras internacionalmente até 2009.

Inserção Internacional de Guarulhos

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